O diretor financeiro executivo da Itaipu, André Pepitone de Nobrega, defendeu a transição energética para que se chegue a um futuro elétrico mais seguro, robusto, inclusivo e sustentável. A defesa foi feita durante a solenidade de abertura do XXVII SNPTEE - Seminário Nacional de Produção e Transmissão de Energia Elétrica, neste domingo (26). O evento, considerado o maior da América Latina e o segundo maior do mundo, prossegue até esta quarta-feira (29), em Brasília (DF).
Durante a solenidade, Pepitone pontuou que em 2023 celebramos mais uma “fabulosa fase na vida do Setor Elétrico Brasileiro – ultrapassamos o marco de 200 mil MW de potência instalada e o consumo ultrapassou a marca dos 100 mil MW. O Brasil é um gigante”, disse.
Destacou, ainda, que o Brasil dispõe de uma das matrizes energéticas mais limpas dentre as grandes economias mundiais e alto potencial de geração de eletricidade limpa e renovável, com produção sustentável de bioenergia. “Cerca de 85% da matriz elétrica e 50% da matriz energética do Brasil já contam com fontes limpas e renováveis”, contextualizou. “Agora, é a hora de avançarmos ainda mais na transição energética, reforçando ações para a matriz de transportes e indústria.”
Diante do auditório lotado, Pepitone homenageou todas as pessoas que atuam no setor elétrico brasileiro. “Vocês representam a força da engenharia nacional”, afirmou.
O diretor destacou para o público a importância da Centrais Elétricas do Norte do Brasil S/A, a Eletronorte, com sede no Distrito Federal, para o sistema elétrico brasileiro e que em junho último completou 50 anos. A empresa é responsável pela coordenação do SNPTEE.
“A história da Eletronorte é rica, cheia de desafios e superações. O significado desta empresa vai muito além de sua capa cidade técnica de gerar e transmitir energia. A Eletronorte promoveu uma verdadeira redenção na região da Amazônia Legal”, afirmou. Ele lembrou que o pai, engenheiro Queiroga, no final da década de 1970, foi um dos pioneiros que, vestindo a camisa da empresa, assumiu o desafio de levar luz aos rincões mais distantes da Região Amazônica.
Pepitone reforçou que “as usinas hidrelétricas têm e sempre terão bastante importância na matriz elétrica brasileira. Nos últimos anos, as usinas hidrelétricas foram demonizadas, marginalizadas, de maneira exagerada e pouco técnica”, criticou. Segundo o diretor, o sucesso recente de Jirau, Santo Antônio e Belo Monte leva a uma reflexão. “Não podemos perder a perspectiva de que a energia hidrelétrica é limpa, renovável e depende exclusivamente da água dos rios para mover as turbinas. Além disso, a capacidade de regularização da vazão pelas hidrelétricas, em tempos de eventos climáticos extremos, é benefício relevante para a sociedade moderna.”
Segundo o diretor financeiro executivo de Itaipu, é necessário que o planejamento considere a construção de novas hidrelétricas. E argumentou: “Em 2024, o Brasil assumirá a Presidência do G20 e tem o compromisso de realizar diversas reuniões setoriais, culminando com a reunião de chefes de Estado no final de 2024, no Rio de Janeiro. Em Foz do Iguaçu, Itaipu irá sediar as reuniões ministeriais de energia limpa e a missão de inovação, além do encontro do grupo de trabalho de transição energética do G20, coordenada pelo Ministério de Minas e Energia e Ministério das Relações Exteriores”.
Ainda citou a frase do economista Celso Furtado, seu conterrâneo paraibano: “O futuro deve ser uma fronteira aberta à invenção do homem”.
Seminário
O XXVII SNPTEE tem coordenação da Eletronorte e a promoção é do Comitê Nacional Brasileiro de Produção e Transmissão de Energia Elétrica-Cigré Brasil. O objetivo do encontro é possibilitar a troca de informações e experiências entre profissionais da área de energia elétrica.